Numa sessão de Velhice - Ciclo Vital e Aspectos Sociais, foi-nos proposta a realização de uma entrevista a um idoso que conhecessemos.
Não foi fácil concretizar este trabalho pois não há muitas pessoas que queiram dar o seu testemunho, exporem e tirarem fotografias.
Era um tema muito interessante que nos tocava, porque como futuros agentes em Geriatria, devíamos ir pessoalmente ao terreno e entrar em contacto com os idosos. Percebemos o que sentiram quando chegou o tempo de entrar para a reforma e como se sentiam integrados, se eram aceites e se sabiam ocupar o seu tempo, para não entrarem numa depressão e no isolamento.
Eu entrevistei a minha vizinha. Aqui fica a minha entrevista...
Comecei a conversa com a idosa com algumas perguntas sobre o que ela tem feito e como encarava a vida nesta idade avançada.
Comecei por lhe perguntar o nome, como se sentiu na vida, e como foi o período passado em França.
Ela começou por me dizer que se chamava Lúcia e que em França onde passou tempos bons e maus, teve duas filhas, trabalhou bastante para ter o sustento para a família. Até que um dia tudo mudou e lhe faleceu o marido quando tinha apenas 22 anos de idade.
Se já trabalhava bastante a partir dali ainda comecou a trabalhar mais com mais dificuldades e lutando para criar as filhas que eram muito pequenas. Uma tinha um ano e a outra dois anos e meio. Depois regressou a Portugal quando as filhas estavam em idade escolar. Matriculou as filhas na escola, mas dificuldades ainda foram maiores porque fazer tudo sozinha não foi fácil.
Agora com a idade que tem, muitas vezes não tem vontade de fazer nada, mas também sei que as filhas precisam dela e ela delas por isso vai continuar a luta apesar das dificuldades.
As doenças, velhice, falta de saúde, mais despesas do que lucros, reformas baixas, por fim só resta algumas pessoas amigas para ajudar. Apesar de ficar viúva cedo, procurou organizar a vida para assim não faltar nada às filhas e ir vivendo mais ou menos.
Hoje tem a ajuda das filhas, ainda tem a mãe que nunca a abandonou e apesar de ter uma idade avançada, ainda lhe faz companhia.
Maria Alcina Henriques Santos